
Novembro, chovia que era uma coisa doida, estava muito frio, eram mais ou menos duas da tarde quando estacionei o meu carro junto ao aqueduto das águas livres. Na altura ainda não tinha conhecido a Tânia e a minha vida sentimental era uma autentica montanha russa, cheia de altos e baixos, e tinha sido combinado com uma pessoa que ali nos encontraríamos, mas esperei e nada, ela simplesmente não apareceu. Lá fora continuava a chover, menos do que quando cheguei, e as gotas no vidro pareciam lágrimas autenticas, pensei que a natureza estaria a chorar comigo, eu andava triste e sem muita vontade de nada. O dia estava como eu, cinzento e a chorar, eu juro que naquela altura não sabia muito bem qual era o meu lugar, e qual o meu papel na sociedade, andava triste pronto.
Sentado no carro, ouvia "whitin temptation", dava por mim a imaginar fora do meu corpo e voar por aquele céu cinzento, tentando olhar para baixo e perceber onde me poderia encaixar, pensava porque brincavam com os meus sentimentos, eu não merecia ser tratado como um boneco afinal de contas eu sou uma pessoa alegre e não poderia continuar assim.
A chuva ameaçava parar, eu lentamente abri os olhos e o vidro do carro estava coberto de pequenas gotas, como já escrevi antes, lembravam lágrimas. Na altura tinha comigo no carro uma Fuji S20 pro que veio a ser muito útil naquela situação, tirou esta foto que ilustra bem o estado da natureza nesse dia e o meu, cinzento e choroso. Mas ao fotografar o aqueduto em segundo plano, e ao ver a foto no monitor da maquina, resolvi seguir em frente, como as águas do aqueduto, seguir sempre em frente sem olhar para traz, e continuar a ser feliz e esquecer os momentos maus
Esta foto fez me correr livre como as águas no aqueduto...