sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Uma banda muito especial...


Agosto, a noite estava quente e abafada, mais uma noite perfeita para sonhar, uma noite perfeita para suspirar de amor, para tentar encontrar o amor. eu vou vos confessar uma coisa, eu sou uma pessoa sonhadora, daquele género de pessoas que pensa que os sonhos são realmente os fios condutores da vida, e que só se vive se se sonhar por isso eu sonho, com toda a força do meu ser.
Mas voltando á noite em que tirei esta fotografia, sai de casa em direcção ao café da cidade, na minha mala chamada pensamento levava talvez mais um desgosto de amor, digo talvez porque talvez fosse amor, ou talvez não fosse o que tinha sentido. ia um pouco triste confesso e com pouca disposição para ir para o café da cidade, mas nesse dia um dos meus melhores amigos ia lá tocar por isso eu não poderia faltar, era necessaria a minha presença e a reportagem fotográfica do momento evidentemente. entrei dirigi me para perto do pessoal, a cerveja começou a ser presença habitual na nossa mesa, conversa para aqui conversa para ali, sorrisos e gargalhadas, beijos e abraços, uma noite para recordar com os amigos, e claro umas flashadas no pessoal, para imortalizar o momento.
começa o concerto, as pessoas que se encontravam no bar começam a dirigir a sua atenção para os músicos, as notas soltam se dos instrumentos, a voz do meu amigo começa a entoar pelos quatro cantos do bar, e eu sedento de boas fotos posiciono me e começo a "bater chapa" (expressão utilizada pelos fotógrafos mais velhos). o barulho do diafragma entrava em sintonia com as notas da banda, deixei fluir o pensamento pelos dedos que faziam o diafragma funcionar e daí saíram belas fotografias. algumas musicas depois, e algumas cervejas depois também, depois de alguns aplausos, eu enfio me a um canto, para tirar a fotografia que aqui hoje publico, afasto me de todos e começo a olhar para a assistência e penso, porque batem somente palmas ao meu amigo e aos seus colegas, eu também mereço palmas, talvez mais que eles, porque? porque eles limitavam se a tocar temas de outras bandas, e eu não, eu estava a criar arte, a fotografar o que ninguém mais fotografava, era eu o original, era eu quem merecia as palmas, era eu apenas eu...

Com isto não quero que me julguem convencido, quero apenas mostrar que eu também faço arte e que esta arte pode ser aplaudida...

Aplaudam a fotografia, aplaudam na, sintam na, vale a pena...

Sobreiros


Era uma daquelas tardes em que o sol já desaparecia por traz das planícies alentejana, e eu passeava ao leve som das águas do Alqueva. No pensamento levava sonhos, sonhos de criança onde era livre, onde fui rei entre sobreiros, onde joguei á bola em campos que meses depois iriam ser cultivados de milho. Se existe uma coisa que gostava de mostrar ao mundo é esta calma natural das paisagens alentejana, a beleza da silhueta dos sobreiros. então nada melhor que fotografar este crespusculo, mostrar como é lindo e calmo o entardecer alentejano, assim como quente e misterioso. Quero mostrar a Portugal inteiro que o Alentejo é grandioso, é misterioso e terra de sonhos, terra de imensidão e de calma. O Alentejo é o meu lar, onde me tornei homem, onde cresci e onde sonhei...No dia em que tirei a foto levava apenas a minha natural alegria, aquele sorriso que muitos conhecem e imensos desconhecem, mas aquele tipo de sorriso que mesmo que as coisas não estejam a correr bem contagia de tão sincero que é...Eu sorrio mesmo quando posso estar mal porque não só quem canta seus males espanta, mas também quem sorri seus males espanta...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A Lua



Hoje encerrou a votação sobre o que os visitantes deste blog achavam mais bonito, se uma noite de luar ou um pôr do Sol, e para meu espanto ganhou o Luar, eu acreditava que seria o Por do Sol a ganhar, mesmo sendo o luar o meu preferido. Por isso aqui esta uma foto de uma noite de luar.

Agosto de 2007, vinha de sol Tróia com a Tânia e os primos dela, vinha todos a dormir depois de um dia inteiro de praia. Eu como era o condutor mantinha me acordado, nestas alturas em que todos dormem menos eu, vou atento á estrada mas também em motivos interessantes para fotografar, nestas alturas em que o sossego impera no carro, dá para se manter bem atento ao redor da viagem.
Quase a chegar a Montemor o novo, e já bem tarde, deparei me com a lua, estava cheia, bem linda e brilhante, mas naquele pedaço de estrada nacional muitas árvores estão junto á estrada, dificultando a visão da lua, ora a via ora não. Vinha a brincar comigo pensei, foi então que assim que arranjei um bom sitio para estacionar o carro, parei, saquei da maquina subi uma vedação e fotografei o luar. A sua luz era imensa, o céu estava azul, em vez do preto comum, fotografei a por entre as árvores, deixei me embrenhar na sua grandeza. Posso garantir que a lua tem mais a ver com a humanidade do que o Sol, a lua é capaz de iluminar o escuro, é tímida e risonha, tem mística e eu digo vos, tem noites que me perco a olhá la, a tentar fotografa la com todo o seu significado.

Mas uma coisa vos garanto, mesmo que passe o resto da minha vida a fotografar a lua, nunca mas nunca irei conseguir fotografa la na sua plenitude, para isso precisava de ser uma estrelas e eu não o sou...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aliança ou anel?


Quando as alianças passam a ser simples anéis, é porque alguma coisa morreu, quando passam a ter só histórias do passado e não visões do futuro, é porque o presente não resistiu e ruiu, quando palavras passam, actos se perdem e olhares se deixam de cruzar, não vale a pena mais chorar, mas sim lutar por um fim mais digno, por palavras que não se perdem na escuridão de pensamentos que nunca teremos a certeza se serão sentidos ou apenas frutos do momento. O destino é uma coisa tramada, nunca sabemos se é ele que nos comanda ou nós que o comandamos, quantas vezes não dizemos “Foi o que o destino quis!” mas quantas outras vezes não ouvimos “O destino é comandado pela tua vontade!”, mas afinal quem manda eu ou o destino. Na realidade acho que nenhum, acho que vivo para sorrir para nada mais, quero continuar a viver, mas nunca mais quero alianças que se tornam em anéis, não quero perder mais poder.

Na realidade não sei dizer bem onde foi tirada esta foto, sei que foi em Maio, vésperas de uma despedida, sei dizer o que me levou a tira la, foi uma vontade imensa de me encontrar, de encontrar respostas, de perceber quem era naquela altura.
Estava eu sentado no meu carro, a meu lado estava uma velha bíblia, a desfazer se tal não era a sua idade, então saquei da máquina e fotografei-a, primeiro a capa, depois algumas páginas até que resolvi coloca-la aberta no meu colo, e junto às letras manuscritas, coloquei uma aliança, a tal que depois passou a ser somente mais um anel. Depois de alguns cliques achei que tinha uma boa fotografia e guardei tudo.
Enconteime no banco, fechei os olhos para alimentar a minha alma, e o que foi que senti, nada, absolutamente nada, apenas um vazio de incertezas, ou seja coisa nenhuma senti.
Hoje passados mais de dois anos, sinto que já não importa, que as alianças podem se tornar anéis, mas a verdadeira aliança esta nos nossos corações, que verdadeiras alianças são aquelas que se fazem com o coração, com um simples olhar seguido de um sorriso, onde desconfiança não entra e a tristeza apenas faz com que se tornem mais fortes, para poder atingir a plenitude de uma felicidade imensa.
No dia em que tirei aquela foto, cheguei á conclusão que não era eu, era apenas um espectro de mim, uma fraca figura do que sou hoje, andava perdido e pensava que tentar salvar alguém poderia resolver tudo em mim, mas não, estava errado e sendo eu verdadeiramente poderei ajudar.

Nunca pensem que são alianças que mostram amor, mas sim as palavras, gestos e sorrisos podem fazer com que quem amam se sinta amado e feliz ao vosso lado…

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Chuva no Aqueduto


Novembro, chovia que era uma coisa doida, estava muito frio, eram mais ou menos duas da tarde quando estacionei o meu carro junto ao aqueduto das águas livres. Na altura ainda não tinha conhecido a Tânia e a minha vida sentimental era uma autentica montanha russa, cheia de altos e baixos, e tinha sido combinado com uma pessoa que ali nos encontraríamos, mas esperei e nada, ela simplesmente não apareceu. Lá fora continuava a chover, menos do que quando cheguei, e as gotas no vidro pareciam lágrimas autenticas, pensei que a natureza estaria a chorar comigo, eu andava triste e sem muita vontade de nada. O dia estava como eu, cinzento e a chorar, eu juro que naquela altura não sabia muito bem qual era o meu lugar, e qual o meu papel na sociedade, andava triste pronto.
Sentado no carro, ouvia "whitin temptation", dava por mim a imaginar fora do meu corpo e voar por aquele céu cinzento, tentando olhar para baixo e perceber onde me poderia encaixar, pensava porque brincavam com os meus sentimentos, eu não merecia ser tratado como um boneco afinal de contas eu sou uma pessoa alegre e não poderia continuar assim.
A chuva ameaçava parar, eu lentamente abri os olhos e o vidro do carro estava coberto de pequenas gotas, como já escrevi antes, lembravam lágrimas. Na altura tinha comigo no carro uma Fuji S20 pro que veio a ser muito útil naquela situação, tirou esta foto que ilustra bem o estado da natureza nesse dia e o meu, cinzento e choroso. Mas ao fotografar o aqueduto em segundo plano, e ao ver a foto no monitor da maquina, resolvi seguir em frente, como as águas do aqueduto, seguir sempre em frente sem olhar para traz, e continuar a ser feliz e esquecer os momentos maus

Esta foto fez me correr livre como as águas no aqueduto...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pela Arcada


Era uma segunda feira de Janeiro de 2004, fazia um frio de rachar e sobre a minha cidade, a cidade de Évora caía um enorme nevoeiro. Eu tinha acabado de jantar e não me apetecia mesmo nada estar em casa. Eu tenho um pouco do sindroma de “I hate Mondays”, para mim é o pior dia da semana em todos os sentidos. Não consigo explicar porque, odeio e pronto.
Mas voltando a falar sobre aquela segunda feira, eu tinha em casa a minha maquina e o tripé, na altura fotografava com uma Canon EOS 5 para mim a melhor do seu segmento, com ela fartei me de viajar e se ela falasse imagino as histórias incríveis que ela contaria. Foram imensos anos só nós dois e histórias fotografadas. Então resolvi pegar na máquina e no tripé e sai em direcção á praça do Geraldo, mesmo no coração da cidade. A cidade estava mergulhada num intenso nevoeiro, pensei que poderia ficar interessante fotografar assim, mesmo podendo correr o risco de avariar a máquina por causa da humidade. Andei por ali provavelmente mais de uma hora, e acreditem eu na altura tinha 24 anos, e desde sempre que conheço a praça do Geraldo, mas naquela noite muitos pormenores que eu nunca tinha reparado, perante a minha objectiva me foram revelados. Na foto que coloco hoje aqui junto a este texto é exemplo disso, eu nunca tinha reparado que essa coluna estava assim trabalhada, que é diferentes de todas as outras colunas que formam as arcadas da praça do Geraldo, mas nessa noite todos esses pormenores me foram revelados, graça á minha maquina.
Estar ali no meio da noite, enfiado na neblina a fotografar fez me sentir imortal, intocável na minha arte, ou apenas um homem que sabe como se sentir feliz, com pequenas coisas, como é o caso de eu poder sair e fotografar, e por mais que possa estar triste nessa altura tudo passa.
Posso então afirmar que o trabalhar do diafragma se assemelha ao bater do meu coração…

Sou feliz porque tenho paixões, e sei perseguir sonhos…

quarta-feira, 27 de agosto de 2008


Já ia de saída do cais quando o barulho de um motor me fez olhar para traz, era uma pequena embarcação que fazia ondas no rio Sado. Então levei a máquina ao olho e registei aquele momento que me pareceu mais um pequeno momento perfeito que tenho imortalizado em algumas das minhas fotos.
O enquadramento era ideal, a luz estava óptima para o registo apenas me limitei a dobrar um pouco para poder tirar a fotografia, depois fiquei a olhar o pequeno barco ate desaparecer.
Como todas as minhas melhores fotografias, todas tem sentimentos associados, esta não foi excepção, todo aquele dia foi perfeito, um passeio á beira-rio logo pela manha, ver passar barcos, ouvir o som das gaivotas, consegui fotografar uns peixes á tona da água.
Depois sem querer encontramos aquele lugar, uma reserva natural do Rio Sado, onde existia aquele cais, boas fotos tirei nesse dia mas esta foi uma das que mais me marcou, provavelmente pelos tons ou pelo sentimento nela inerente, mas o que é certo é que haverei de lá voltar…

A maior parte das vezes não é a espera que resulta numa boa fotografia, mas sim termos todos os sentidos alerta para se poder agir no momento exacto, basta ouvir o que a natureza tem para nos dizer…

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


Hoje terminou a votação que decorreu neste blog com a pergunta “Qual o seu elemento favorito?”, e então por consequência disso irei colocar uma foto com fogo, já que foi o que reuniu maior número de votos.

Numa noite de imenso frio, eu e uns amigos resolvemos ir festejar o aniversário de um de nós para a sua quinta. Como estava muito frio resolvemos acender uma fogueira, e ali estivemos toda a noite, á volta da fogueira, a beber cerveja e a comer. Foi bastante divertida essa noite, para variar apanhamos todos uma grande bebedeira, mas eu nessa noite estava um pouco triste. Estava triste porque eu namorava com uma rapariga que não gostava nada dessas festas, e então ela não foi e eu sentia me sozinho.

Já era bastante tarde, talvez umas quatro ou cinco da manha, e estava eu sentado numa cadeira, com uma garrafa de cerveja na mão e a maquina ao meu colo. As cores do fogo hipnotizavam me, aqueles tons quentes fascinavam me, convidavam me a fotografa-lo. Tirei lhe várias fotos, mas nenhuma parecia agradar me, então acabei de beber a cerveja, e coloquei-a no meio da fogueira, era o elemento que faltava.

È fascinante o quanto o fogo consegue captar a atenção de uma pessoa, realmente o seu tom e o seu poder destrutivo tem sobre o ser humano algum respeito mas também algum louvor.

O resto da noite foi espectacular, e a prova disso foi esta foto…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Nunca se desiste de um sonho!


Foi o meu primeiro sonho, poder ser jogador de basket. Quando era puto, tinha 5 anos, morava numa quinta e a minha mãe aos sábados de manha ia á cidade ás compras ao mercado, e um dia eu pedi lhe para ela me comprar uma bola. Esperei a manha toda em alvoroço, á espera da minha bola. Quando a minha mãe chegou finalmente, corri até ela para ela me dar a bola e fiquei super triste. Ela tinha me comprado uma bola de futebol, chorei o resto do dia, até que lhe consegui explicar que queria uma para jogar á mão, queria uma de basquetebol, como a dos jogos que via na televisão espanhola. A minha mão prometeu me comprar uma na outra semana, e claro fiquei super feliz. O basquetebol está na minha vida desde os meus seis anos de idade e até hoje o gosto não se perdeu, e foi numa bela tarde de verão, onde eu e uns amigos nos reunimos para jogar um pouco, eu tirei esta foto.

Durante os meses de verão, como os clubes não tem treinos, nos vamos até uma escola onde tem vários campos de basquetebol. Neste dia resolvi levar a maquina e tirar umas fotos de nós a jogar, e foi durante um intervalo meu, enquanto estava sentado no banco, olhei para o sol que já ia na sua trajectória descendente, peguei na maquina e apontei a tabela, primeiro tirei somente á tabela, depois resolvi enquadrar a tabela com o sol, e voilá, uma foto perfeita.

A tabela faz parte da minha vida, é como mobília, sempre fará parte de mim, e tirando fotos como estas, posso demonstrar o quanto amo este desporto, e o quanto me faz bem poder joga-lo.

Depois de tirar a foto, joguei mais um pouco, e quando cheguei a casa, liguei a máquina ao computador e passei a foto de cores para sépia, para dar um ar mais quente ao momento.

É tão bom utilizar a paixão de fotografar, para fotografar outras paixões…

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sente o calor da chama...


Nessa noite entrei no quarto e dezenas de velas estavam acesas, sentiam se no ar o cheiro da cera quente, o calor que elas emanavam tornava o real em fantasia. O quarto tinha deixado de ser quarto e passado a ser um local de sonho, a fantasia estava presente ali, mesmo no meio de uma cidade bem real, mas um pensamento invadia a minha mente. Aquele momento parecia um conto de fadas, mas isso enquanto as velas estivessem acesas, porque assim que as suas chamas se apagassem, a realidade iria estar de volta, e aperceberia me de que o mundo em que vivo é assim, duro e cru, mas que através da fotografia se pode transformar momentos que são autênticos contos de fadas, em pequenas recordações eternas, apenas impressas num pedaço de papel.

Aquela noite trago a na minha cabeça, uma recordação de bons momentos, e ao fotografar as velas poderei mostrar ao mundo o quanto foi mágico aquele momento…

Que o tom das velas vos mostre o quanto quente foi o momento…

A resposta de jesus!


Estava sentado no meu carro, e lado a lado, no banco do passageiro, a minha máquina e uma bíblia pareciam conversar. Olhei fixamente para as duas e senti me atraído pelo momento, então peguei primeiro na bíblia, abri a numa pagina aleatoriamente, os meus dedos percorreram as palavras, uma a uma iam brotando por baixo dos meus dedos.

Numa das frases da bíblia, bem perto de onde repousei meus dedos lia se “A resposta de Jesus…” e qual foi a pergunta que fiz a Jesus? A pergunta foi, porque amo tanto fotografar, porque onde quer que vá a maquina me acompanha, porque senão a tenho a meu lado fico triste e não quero olhar nada para não querer fotografar e arrepender de não a ter levado comigo. E a resposta de Jesus foi “Fotografa me, vai e pega na tua maquina e fotografa me, mostra tudo o que sente através da fotografia, mostra me o teu sangue, o teu sangue que é a fotografia!”

Virei me peguei na maquina fotográfica, regulei a abertura e a velocidade e fotografei os meus dedos a responsar na bíblia, onde reside a resposta de Jesus…